Os transplantes mais comuns no Brasil: veja órgãos e números da fila

O Brasil é referência quando o assunto é transplantes de órgãos. O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por mais de 85% dos procedimentos realizados no país, segundo o Ministério da Saúde.

Essa estrutura permite que milhares de brasileiros tenham acesso gratuito a cirurgias de alta complexidade que, em muitos casos, representam a única chance de sobrevivência ou de recuperação da qualidade de vida. Diante da sua eficiência, surge a dúvida: afinal, quais são os órgãos mais transplantados no Brasil?

Antes de entender mais sobre os órgãos mais transplantados no país, vale lembrar que atualmente 78 mil pessoas aguardam uma doação de órgãos em território nacional, de acordo com o Ministério da Saúde. Esse número revela a dimensão da demanda e reforça a importância da doação para salvar vidas.

Órgãos mais transplantados e os mais demandados

No Brasil, existe uma particularidade importante: são duas listas que ajudam a entender melhor a realidade dos transplantes. A primeira é a lista de órgãos mais transplantados, que mostra aqueles nos quais os procedimentos são mais frequentes. A segunda é a lista dos órgãos mais demandados, que reflete quantas pessoas estão, de fato, na fila de espera em busca de um transplante.

De acordo com o Ministério da Saúde, a lista de espera dos órgãos mais demandados é:

  • Rim: 42.838 pessoas em fila
  • Córnea: 32.349 pessoas em fila
  • Fígado: 2.387 pessoas em fila

No entanto, os órgãos mais demandados não exatamente são transplantados. Os números mostram o seguinte panorama de 2024:

  • Córnea: 17.107 transplantes realizados
  • Rim: 6.320 transplantes realizados
  • Medula óssea: 3.743 transplantes realizados
  • Fígado: 2.454 transplantes realizados

Esse cenário reflete tanto a disponibilidade de doadores quanto a complexidade de cada procedimento.

Como é feito o processo do transplante de órgãos no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, o processo de transplante no Brasil é altamente organizado e segue protocolos rígidos, que garantem justiça e transparência. Tudo começa com a indicação médica: apenas uma equipe especializada pode inscrever um paciente na lista de espera, após avaliar a necessidade do transplante. A fila é gerida pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e organizada pelas Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs), presentes em cada estado.

A posição de cada paciente na fila não é definida por ordem de chegada, mas por critérios técnicos como tipagem sanguínea, peso, altura, compatibilidade genética e gravidade clínica. Em casos de empate, a data do cadastro pode ser usada como critério de desempate.

O processo de doação começa quando for constatada a morte encefálica de um paciente e a família autoriza a doação. Nesse momento, o hospital notifica a Central de Transplantes e inicia os cuidados necessários para manter os órgãos viáveis até a retirada. Em seguida, é feita a verificação de qual receptor é mais compatível para receber aquele órgão.

O tempo é um fator decisivo. Enquanto rins podem ser preservados por até 24 horas, órgãos como coração e pulmão precisam ser transplantados em poucas horas após a captação. Por isso, logística e transporte rápido são fundamentais.

Após a cirurgia, o receptor inicia uma nova etapa de vida, que exige acompanhamento médico contínuo. O uso de medicamentos imunossupressores é indispensável para evitar a rejeição do órgão, além de consultas e exames regulares que monitoram a adaptação do corpo ao novo tecido.

Esse fluxo, da autorização da família até o acompanhamento pós-operatório, mostra o quanto o transplante é um processo complexo e coletivo, que envolve doadores, familiares, médicos, hospitais e órgãos públicos trabalhando juntos para salvar vidas.

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