As Forças Armadas polonesas informaram na manhã desta quarta-feira (10) que abateram drones que violaram seu espaço aéreo durante um ataque russo à Ucrânia, o que representa uma grande provocação para as forças da Europa e da Otan.
“Este é um ato de agressão que representou uma ameaça real à segurança de nossos cidadãos”, afirmou o Comando de Operações da Polônia em uma publicação na manhã de quarta-feira.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que foi a primeira vez que drones russos foram abatidos sobre o território de um estado-membro da Otan e que a incursão envolveu um “grande número” deles.
“Provavelmente estamos lidando com uma provocação em larga escala”, disse Tusk à televisão polonesa, após uma reunião de emergência do Escritório de Segurança Nacional da Polônia.
Ele afirmou que a “situação é grave” e que o país estava “pronto para repelir” esse tipo de ataque.
“A segurança da nossa pátria é a nossa maior prioridade”, disse o presidente polonês, Karol Nawrocki.
A Polônia é membro da aliança da Otan, um pacto de defesa transatlântico envolvendo os EUA que emprega o princípio de que um ataque a um é um ataque a todos. A fé europeia na confiabilidade desse pacto foi abalada pelo presidente americano Donald Trump que, juntamente com importantes membros do gabinete, apelou à Europa para liderar a sua própria defesa.
Tusk afirmou estar em constante comunicação com o secretário-geral da Otan e os aliados da Polônia.
A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, chamou o acontecimento de “a mais grave violação do espaço aéreo europeu pela Rússia desde o início da guerra”.
Ela disse que “indícios sugerem que foi intencional, não acidental”, acrescentando: “A guerra da Rússia está a escalar, não a terminar”.
As Forças Armadas polonesas agradeceram à Holanda, também membro da organização, por contribuir com caças F-35 para as operações defensivas durante a noite, que já foram concluídas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que pelo menos oito drones “Shahed” foram apontados para a Polônia, no que ele chamou de “um precedente extremamente perigoso para a Europa”. Seu próprio país sofreu um ataque russo envolvendo 415 drones e 40 mísseis durante a noite.
O líder do mais novo membro da Otan, a Suécia, considerou a presença de drones russos sobre a Polônia “inaceitável”.
“A guerra de agressão russa contra a Ucrânia representa uma ameaça à segurança de toda a Europa”, disse o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, em uma publicação no X.
“A Rússia está expandindo deliberadamente sua agressão, representando uma ameaça cada vez maior à Europa”, disse Gitanas Nauseda, presidente da Lituânia, também membro da Otan.
A incursão dos drones ocorre em um momento em que as tentativas de Trump de fechar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia foram interrompidas, com Moscou apenas intensificando seus ataques aéreos.
O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, está “testando o Ocidente”.
“As repetidas violações do espaço aéreo da Otan por drones russos são um aviso justo de que Vladimir Putin está testando nossa determinação em proteger a Polônia e as nações bálticas”, disse Durbin em uma publicação no X.