TCE mantém suspensão de processo seletivo para Escola Cívico-Militar em SP

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) negou o pedido de reconsideração apresentado pela Secretaria de Educação e manteve a suspensão do edital e do processo seletivo para contratação de monitores do Programa Escola Cívico-Militar, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com a decisão, segue paralisada a seleção de militares da reserva que seriam contratados para atuar no programa. A divulgação da lista de aprovados estava prevista para o último dia 4.

A decisão foi tomada após representação apresentada pelo Coletivo Educação em 1º Lugar, formado pela deputada federal Professora Luciene Cavalcante (PSOL), pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e pelo vereador Celso Giannazi (PSOL).

O TCE apontou problemas como ausência de previsão orçamentária, contratação temporária sem justificativa de excepcionalidade, falta de concurso público e criação de cargos comissionados. A CNN tenta contato com o governo de São Paulo sobre a decisão.

Aprovação e suspensão

Em maio de 2024, o projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), com enfoque na criação de escolas com “gestão compartilhada” entre corporações militares e secretarias estadual ou municipais de educação.

Com a divisão, os militares são responsáveis por “administração e cidadania”. O objetivo é elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas unidades escolares e inserir atividades de cidadania na rotina dos estudantes.

Na aprovação, a sessão foi turbulenta, com uso de força policial para deter manifestantes, estudantes agredidos e prisões, em meio a protestos contra o programa. Um dos argumentos do partido é de que o programa estabelece um “verdadeiro projeto de militarização da escola civil”.

No mesmo mês do ano passado, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) entrou com uma ação no TJSP contra o presidente da Alesp, André Prado (PL), também apontando inconstitucionalidade e pedindo a suspensão do programa de Tarcísio.

Em agosto, a Justiça determinou suspensão imediata do projeto até a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sobre o programa fosse analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em novembro, O ministro Gilmar Mendes cassou a decisão do TJSP.

Na suspensão do TCE, o relator ressaltou que não cabe ao tribunal julgar a constitucionalidade da lei que instituiu o programa. O julgamento se restringe ao controle da legalidade administrativa, orçamentária e financeira dos atos do Poder Executivo.

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