Durante o ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez duras críticas ao processo que investiga Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Segundo o governador, a acusação se baseia em uma única delação, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e que teria sido alterada diversas vezes sob pressão.
“O que eles têm é uma única delação, de um delator que mudou sua versão cinco, seis, sete vezes. Essa delação vale alguma coisa?”, questionou Tarcísio, sem citar nomes.
“Se toda a trama, todo o enredo, narrativa, foi construída em cima de uma delação mentirosa, e não tem uma ordem, um texto, um áudio, vinculando o Bolsonaro ao 8 de Janeiro. É tudo muito frágil e tênue”, afirmou.
O governador também citou o ministro André Mendonça, do STF e indicado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, para reforçar sua crítica ao Judiciário: “O bom juiz deve ser reconhecido pelo respeito, e não pelo medo. Pela aplicação correta das leis.”
Tarcísio afirmou que todos os advogados envolvidos no caso têm denunciado cerceamento de defesa. “Os advogados disseram: não conseguimos fazer nossa defesa. Isso nos dá um julgamento justo?”, perguntou.
Ele também negou qualquer vínculo entre Bolsonaro e os atos golpistas: “Não existe uma ligação entre Punhal Verde e Amarelo, 8 de Janeiro e Jair Bolsonaro. Não existe um documento, uma ordem. Do que estamos falando, então? Como vão condenar uma pessoa sem nenhuma prova?”
Em defesa da anistia, Tarcísio afirmou que o processo está “maculado, viciado” e que a única saída seria uma medida ampla. “A impunidade deixaria uma cicatriz, mas a condenação sem prova abre uma ferida que nunca vai fechar. A gente está pedindo uma anistia porque sabe que esse processo está maculado, viciado.”