O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é atualmente uma das principais portas de entrada para universidades no Brasil. Não à toa, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) registrou mais de 4,8 milhões de inscritos na edição de 2025, cujas provas acontecerão em novembro e dezembro.
Nesse contexto, a redação ocupa papel de destaque, pois vale até mil pontos e pode influenciar de maneira decisiva a classificação final.
Para Rafael Cunha, diretor nacional da rede de ensino profissionalizante Microlins, preparar-se com consistência para a produção textual do Enem é fundamental. A habilidade de interpretar qualquer tema proposto e organizá-lo em um texto dissertativo-argumentativo coerente e crítico é o que possibilita alcançar a nota máxima.
Pensando nisso, o especialista separou cinco orientações que auxiliam o estudante a enfrentar qualquer tema de redação com segurança e estratégia. Confira:
Domínio da norma culta
A redação do Enem exige escrita formal, clara e objetiva. Erros de ortografia, concordância ou pontuação comprometem a nota, já que a banca espera que o candidato demonstre pleno domínio da norma padrão da língua portuguesa. Além disso, o uso correto de conectivos, a manutenção da coesão e a progressão lógica das ideias são diferenciais importantes para garantir a qualidade do texto.
Leitura cuidadosa da proposta
Cada edição do Enem apresenta um tema acompanhado de textos motivadores que servem como base para a argumentação. Ler e interpretar esses materiais atentamente evita que o candidato se desvie do tema, um erro que pode levar à anulação da redação. Analisar criticamente os textos auxilia a identificar a problemática central e a orientar a construção da tese e dos argumentos.
3. Pensamento crítico e argumentação consistente
A banca valoriza candidatos capazes de refletir sobre desafios sociais e propor soluções plausíveis. Isso implica apresentar argumentos sólidos, evitar generalizações e fugir de clichês. O estudante deve exercitar a capacidade de relacionar o tema a aspectos históricos, culturais, políticos ou econômicos, oferecendo uma visão contextualizada e fundamentada da realidade.
4. Repertório sociocultural diversificado
Um bom repertório é construído por meio de leitura constante de livros, artigos, jornais, obras clássicas e conteúdos atuais. Referências à Constituição Federal, dados de órgãos oficiais, pensadores, movimentos sociais ou marcos históricos reforçam a redação e demonstram conhecimento amplo. Candidatos que conectam o tema a diferentes áreas do saber, como Filosofia, Sociologia, Literatura ou Ciências, tendem a se destacar na avaliação.
5. Prática regular e orientada
Escrever bem é fruto de treino. Elaborar redações semanalmente, corrigidas por professores ou simulando os critérios oficiais do Enem, ajuda a desenvolver ritmo, clareza e objetividade. A prática deve incluir exercícios de gestão do tempo, já que o candidato precisa produzir o texto em até 1h30 durante a prova. Além disso, praticar a elaboração de propostas de intervenção detalhadas — contemplando ação, agente, modo/meio, finalidade e detalhamento — garante atendimento ao quinto critério de correção do exame.