O advogado Celso Vilardi, que defende Jair Bolsonaro, afirmou durante sustentação oral que desconhece a íntegra do processo e o conjunto das provas contra seu cliente no inquérito da trama golpista. A alegação foi prontamente rebatida por Alexandre de Moraes, que classificou o suposto cerceamento de defesa como “inexistente”. A análise é de Luísa Martins no Bastidores CNN.
Durante a abertura da sessão do primeiro dia de julgamento, Alexandre de Moraes já havia se antecipado a essa crítica, afirmando que as defesas tiveram acesso a todos os autos e elementos probatórios, os mesmos em que se baseia a denúncia da Procuradoria-Geral da República.
As alegações das defesas seguiram um roteiro esperado, com foco em tentar descredibilizar a delação premiada de Mauro Cid e questionar a competência do plenário para julgar a ação penal, já que os réus deste núcleo não têm prerrogativa de foro.
Um momento que chamou atenção ocorreu durante a defesa de Paulo Sérgio Nogueira. Seu advogado afirmou que Nogueira tentou demover o governo de adotar medidas de exceção, declaração que gerou tal interesse que a ministra Carmen Lúcia solicitou sua repetição.
A questão do cerceamento de defesa e do acesso aos autos é uma crítica recorrente por parte dos advogados, porém tem pouca chance de prosperar, segundo análises. A maioria da primeira turma compartilha do entendimento de Alexandre de Moraes sobre a inexistência de prejuízo às defesas no acesso aos elementos probatórios.