O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (1º) em entrevista à CNN que lamenta a existência de brasileiros divulgando informações falsas nos Estados Unidos com verba pública.
“Acho que a democracia vai sair mais fortalecida. Sobre a questão dos EUA, lamento que maus brasileiros fiquem lá fora desinformando, trabalhando contra as empresas, contra o emprego, contra e economia, e o pior, ainda pago com o dinheiro público”, declarou Alckmin ao CNN Prime Time.
O julgamento em questão é o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que começa nesta terça-feira (2), na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado.
Junto ao seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-chefe do Executivo brasileiro foi recentemente indicado pela PF (Polícia Federal) por supostamente atuar contra o Judiciário brasileiro no exterior.
Eduardo vive nos Estados Unidos desde o início do ano e alega sofrer perseguições pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que relata tanto seu caso junto ao pai como o processo pela trama golpista. O parlamentar pediu licença do mandato em março deste ano por questões pessoais.
Em julho, Moraes bloqueou bens, contas e o método de pagamento “Pix” de Eduardo, além da retenção de salário.
O ministro chegou a sofrer sanções dos EUA com base na Lei Magnitsky no final do mês de julho. A PF argumenta que Eduardo sabia previamente sobre a aplicação da lei americana e que teria orientado ao pai a não se pronunciar sobre o caso.
No entanto, ainda em relação ao julgamento de Jair Bolsonaro, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou à CNN que não deveria haver nenhuma relação entre decisões monetárias entre os países e um processo sob o aval de outro Poder.
“Não deveria ter nenhuma relação entre o julgamento, que se passa em outro Poder, que é o Poder Judiciário, Suprema Corte do país, e política regulatória, tarifa de importação”, disse o vice-presidente.
“Não tem nenhuma relação entre uma coisa e outra. Aliás é importante destacar que o Brasil não é problema para os Estados Unidos. Do G20, das vinte nações com maior PIB do mundo, só três os EUA têm superávit comercial: Austrália, Reino Unido e Brasil. Então não somos problema”, acrescentou.
Em julho deste ano, ao anunciar o tarifaço contra os produtos brasileiros, o presidente americano Donald Trump afirmou que o julgamento “não deveria estar acontecendo” e adicionou que o processo seria uma “vergonha internacional.”