A Justiça do Rio de Janeiro afastou 22 agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) por associação criminosa ligada à rebelião de internos no CENSE (Centro de Socioeducação) Ilha do Governador, em 5 de novembro de 2019.
Além do afastamento, foi decretada a prisão de um deles, cumprida pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) nessa quarta-feira (27). As medidas foram impostas após denúncia do Gaeco/MPRJ (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro).
Na época, o episódio envolveu violência, destruição de patrimônio público e risco à integridade de adolescentes e servidores, segundo a investigação.
Segundo a denúncia, os agentes incitaram os adolescentes a destruir instalações da unidade para dar visibilidade a reivindicações da categoria. Parte dos denunciados, integrantes do sindicato, teria registrado a destruição em vez de contê-la, reforçando o cenário de caos.
O agente Thiago Guedes Suzano, conhecido como “Suzano”, foi preso em Nilópolis, na Baixada Fluminense, acusado de liderar a articulação criminosa. Ele também foi denunciado por tortura física e psicológica contra internos que resistiram ao motim e por tentar alinhar versões após os fatos.
A 42ª Vara Criminal da Capital recebeu a denúncia, tornando réus os 22 agentes. Eles responderão por associação criminosa, dano qualificado ao patrimônio público e facilitação de fuga de pessoa legalmente privada de liberdade. Um dos denunciados também responderá por falsidade ideológica, por inserção de informações falsas em livro público de registros da unidade.