O presidente Donald Trump recuou da afirmação de que haveria um fim “conclusivo” para a guerra em Gaza nas próximas semanas, esclarecendo comentários que havia feito apenas um dia antes.
“Não há nada conclusivo. Isso já vem acontecendo há muito tempo”, disse o presidente americano a repórteres durante uma reunião com seu gabinete hoje.
Na segunda (25), Trump disse acreditar que “nas próximas duas a três semanas, teremos um final bastante bom e conclusivo — um final conclusivo”.
Retrocedendo nessa frase em específico, Trump acrescentou nesta terça-feira (26) que o conflito na região já ocorre há “milhares de anos”.
“Não há nada conclusivo, mas espero que possamos resolver as coisas muito rapidamente em relação a Gaza e também em relação à Ucrânia e à Rússia”, acrescentou o presidente americano.
As alegações do presidente americano de que a guerra terminará em breve ocorrem em um momento em que Israel enfrenta condenação global após um ataque a um hospital em Gaza que matou 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas e profissionais de saúde.
Enquanto isso, o Hamas afirmou ter concordado com uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza, enquanto mediadores pressionam para retomar as negociações antes de um grande ataque israelense à Cidade de Gaza.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.
Segundo a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.