Robôs correm, jogam futebol, batem, caem e mais em “Olimpíadas” na China

A China deu início na sexta-feira (15) aos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, um evento de três dias que busca demonstrar seus avanços em inteligência artificial e robótica. O evento conta com a participação de 280 equipes de 16 países.

Os robôs competiram em esportes como atletismo e tênis de mesa, além de enfrentarem desafios específicos, como a organização de medicamentos, manuseio de materiais e serviços de limpeza.

Equipes da Alemanha, Brasil e Estados Unidos, entre outros, participaram do evento, com 192 delas representando universidades e 88 vindas de empresas privadas, como as chinesas Unitree e Fourier Intelligence. As equipes competidoras utilizaram robôs de fabricantes chineses como a Booster Robotics.

Max Polter, membro da equipe de futebol HTWK Robots da Alemanha, afiliada à Universidade de Ciências Aplicadas de Leipzig, disse: “Viemos aqui para jogar e para ganhar, mas também estamos interessados em pesquisa. Você pode testar muitas abordagens novas e interessantes nesta competição. Se tentamos algo e não funciona, perdemos o jogo. Isso é triste, mas é melhor do que investir muito dinheiro em um produto que falhou.”

Nos jogos em Pequim, que cobraram entre 128 e 580 yuans (R$ 90 e R$ 430) por ingresso, os humanoides colidiram uns com os outros e caíram repetidamente durante as partidas de futebol. Outros robôs desabaram no meio da corrida em eventos de atletismo.

Em uma partida de futebol, quatro robôs se chocaram e caíram em um monte emaranhado. No evento de corrida de 1500 metros, um robô desabou de repente enquanto corria em velocidade máxima, provocando suspiros e aplausos dos espectadores.

Apesar das quedas frequentes que exigiram a ajuda de humanos para colocar os robôs de pé, muitos conseguiram se endireitar sozinhos, o que rendeu aplausos da plateia.

Os organizadores afirmaram que os jogos proporcionam oportunidades valiosas para a coleta de dados visando o desenvolvimento de robôs para aplicações práticas, como o trabalho em fábricas.

Comentaristas disseram que as partidas de futebol ajudam a treinar a capacidade de coordenação dos robôs, o que poderia ser útil para operações em linhas de montagem que exigem colaboração entre várias unidades.

A China está investindo bilhões de dólares em humanoides e robótica, enquanto o país lida com o envelhecimento da população e a crescente concorrência com os EUA por tecnologias avançadas.

Nos últimos meses, o país realizou uma série de eventos de destaque em robótica, incluindo o que chamou de primeira maratona de robôs humanoides do mundo em Pequim, uma conferência de robótica e a abertura de lojas de varejo dedicadas a robôs humanoides.

Em um relatório da semana passada, analistas do Morgan Stanley notaram um aumento na participação do público em geral em uma conferência de robótica recente em comparação com os anos anteriores, dizendo que isso demonstra “como a China, não apenas as altas autoridades do governo, abraçou o conceito de inteligência incorporada”.

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