Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmou, sem citar nominalmente Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), que um magistrado destruiu “o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os EUA”.
O vice-chefe da diplomacia americana afirmou que “um único ministro do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com prisão, encarceramento ou outras penalidades”.
“Essa pessoa destruiu o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os EUA, entre outras coisas, ao tentar aplicar a lei brasileira extraterritorialmente para silenciar indivíduos e empresas em solo americano”, destacou.
The separation of powers among different branches of government is the greatest guarantor of liberty ever devised by the human mind. No single branch, or person, can amass too much power if checked by the others. But a formal separation of powers means nothing if one branch has…
— Christopher Landau (@DeputySecState) August 9, 2025
Landau comentou ainda que os Estados Unidos podem negociar com os poderes Executivo e Legislativo, mas não com um juiz.
Dessa maneira, ressaltou que estão em um “beco sem saída”, alegando que o ministro se encobre no Estado de Direito e que os outros poderes “insistem em se considerar impotentes para agir”.
Ainda assim, o vice-secretário finalizou a publicação dizendo que os EUA querem retomar a amizade histórica com o Brasil.
A CNN entrou tenta contato com Alexandre de Moraes e aguarda retorno.
Pressão dos EUA contra Moraes
Os Estados Unidos têm criticado duramente Alexandre de Moraes nas últimas semanas, acusando o ministro de liderar uma campanha de censura e perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, disse o Secretário do Tesouro, Scott Bessent.
A principal medida adotada pelo governo Trump contra o magistrado foi a aplicação da Lei Magnitsky, em 30 de julho. A ação bloqueia bens de Moraes nos EUA, por exemplo. Instituições financeiras também podem sofrer sanções por manterem atividades com pessoas que foram alvo da legislação.