O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta terça-feira (5) que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), viu com “grande contrariedade” o movimento da oposição para obstruir os trabalhos legislativos.
“Quando [Hugo] falou comigo demonstrou grande contrariedade. O termo que ele usou foi ‘sequestro’. Aqui estão desafiando os Poderes constituídos no país”, disse o líder petista.
Em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), senadores e deputados ocuparam no início da tarde os plenários das Casas Legislativas.
Hugo ainda não se manifestou sobre o assunto. Nesta manhã ele participou de agendas na Paraíba, seu estado, e ainda não retornou para Brasília.
“Falamos da gravidade que foi isso. O sequestro da Mesa da Câmara. Tomaram o lugar do presidente Hugo Motta. A gente protestou, mas cabe ao presidente Hugo Motta chegar aqui e restabelecer um pouco a autoridade. Não se negocia coisa como essa”, disse Lindbergh sobre a conversa com o presidente.
A oposição cobra maior diálogo com Hugo e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O pleito principal é o avanço do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) — esse último cabe ao Senado analisar.
O projeto da anistia está travado na Câmara desde o ano passado. Em abril, por falta de consenso no colégio de líderes, Hugo decidiu não pautar a urgência da proposta.
Na Casa, a oposição também defende o avanço da proposta de emenda à Constituição que acaba com o foro privilegiado de parlamentares. À CNN, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a obstrução vai durar enquanto os presidentes das Casas não negociarem com a oposição.