Skaf volta ao comando da Fiesp, diz que tarifaço é grave e pede diplomacia

Eleito para retornar ao comando da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf disse em sua primeira entrevista a jornalistas após o pleito, nesta segunda-feira (4), que o tarifaço dos Estados Unidos é “grave” e pregou “diplomacia empresarial”.

“Em relação ao tarifaço, temos um problema de momento, mas um problema grave. Cerca de 44% dos produtos foram resolvidos com as exceções, mas temos agora 56% das exportações impactadas com a tarifa de 50%. Serão impactadas muitas pequenas e médias empresas que, inclusive, mandam toda sua produção para os Estados Unidos”, disse.

Skaf assume a presidência da entidade somente em janeiro, mas se disse à disposição para colaborar com as articulações contra o tarifaço. Para o presidente eleito da Fiesp, a situação “precisa ser resolvida para ontem”: “Espero que a diplomacia brasileira encontre rápido caminho para reduzir essa alíquota”, disse.

Sobre as relações internacionais da Fiesp na sua gestão, o empresário disse que o foco das ações será a ”diplomacia empresarial”. “Vamos ter equipes trabalhando de forma permanente para abrir mercados, se aproximar dos clientes do exterior, para que possamos vender mais, comprar mais, trazer investimentos, levar investimentos a outros países, especialmente para o mercado americano”, disse.

Como uma das primeiras ações nesta direção, Skaf afirmou que escalará o ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) Roberto Azevêdo para comandar o Conselho de Relações Internacionais da entidade diretamente de Nova York a partir de 2026.

Azevêdo é diplomata de carreira e é considerado um dos maiores negociadores comerciais do mundo. Como diretor-geral da OMC, ele já negociou diretamente com Donald Trump no primeiro mandato do americano e chegou a ser contratado pelo setor privado para atuar no tarifaço atual.

O presidente eleito destacou ainda que os Estados Unidos são o principal destino para bens brasileiros com maior agregação de valor: as exportações industriais tiveram recorde de US$ 31,6 bilhões no ano passado. “O que nos interessa é vender manufatura, agregando valor, gerando emprego, pagando melhores salários”, completou.

Skaf de volta à Fiesp

Paulo Skaf sacramentou seu retorno à presidência da Fiesp em eleição realizada na sede da entidade na tarde desta segunda-feira (4). O empresário assume em janeiro e ficará no comando entre 2026 e 2029.

A votação aconteceu entre 9h e 17h, com apuração imediata. Segundo a própria entidade, o processo foi conduzido pela Mesa Diretora, presidida pelo Dr. Fábio Prieto, e acompanhado pela Comissão Eleitoral da entidade, presidida pelo ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Sydney Sanches.

Skaf tem formação administrativa e por mais de 20 anos atuou no setor têxtil, inicialmente como empresário e depois como líder do setor ao assumir a presidência da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções) e do Sinditêxtil/SP (Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo).

Em 2004, foi eleito para seu primeiro mandato como presidente da Fiesp, ocupando o cargo por 17 anos, até 2021. Nesse meio tempo, em 2007, assumiu o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *