Cruz Vermelha à CNN: É preciso cessar-fogo para ajudar reféns em Gaza

O ICRC (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) precisaria de um cessar-fogo para poder entregar ajuda aos reféns em Gaza, informou o coordenador de comunicações da organização, Jacob Kurtzer, à CNN nesta segunda-feira (4).

No domingo (3), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, solicitou que a Cruz Vermelha Internacional levasse alimentos e assistência médica aos reféns, após a divulgação de vídeos de propaganda mostrando dois israelenses extremamente magros.

“Desde o início desta crise, deixamos claro publicamente e para as partes em conflito, em particular, que estamos prontos e preparados para realizar essas visitas”, disse Kurtzer à Rosemary Church, da CNN. “O fundamental para realizarmos tal visita é termos um ambiente propício.”

O CICV precisa ter acesso aos reféns para tratá-los, afirmou Kurtzer, já que eles não sabem onde estão atualmente detidos.

“Infelizmente, esse acesso não nos foi concedido até agora. Então, o que estamos pedindo, e o que temos dito consistentemente às próprias partes, é: cheguem a um acordo, deixem-nos fazer este trabalho crítico. Porque, como podemos ver, vidas dependem disso”, disse ele.

O comitê precisa ter certeza de que a equipe estará segura ao visitar a Faixa de Gaza, onde as condições de segurança “continuam muito, muito difíceis”, pontuou o coordenador.

“O que dissemos a respeito disso, mas também em relação à situação humanitária mais ampla, é: precisamos de espaço para operar. Precisamos do fim das hostilidades, precisamos de garantias para que possamos então decidir para onde e como nos deslocar”, disse ele.

Entenda o conflito na Faixa de Gaza

Israel realiza intensos ataques na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, após o Hamas ter lançado um ataque terrorista contra o país.

Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, o Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 58 mil palestinos foram mortos e mais de 138 mil ficaram feridos. Isso inclui mais de 7.200 mortos desde o fim do cessar-fogo em 18 de março deste ano.

O Ministério não distingue entre civis e combatentes do Hamas em sua contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes.

A ONU (Organização das Nações Unidas) informou em 11 de julho deste ano que 798 pessoas foram mortas tentando obter alimentos desde o final de maio, quando a GHF (Fundação Humanitária de Gaza), sediada nos EUA, começou a distribuir alimentos. Dessas mortes, 615 foram registradas perto de locais da GHF e 183 nas rotas de comboios de ajuda humanitária, principalmente da ONU.

O Escritório Central de Estatísticas da Palestina disse em 10 de julho que a população de Gaza havia caído de 2.226.544 em 2023 para 2.129.724. Estima-se que cerca de 100 mil palestinos tenham deixado Gaza desde o início da guerra.

Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, segundo fontes oficiais israelenses, quase 1.650 israelenses e estrangeiros foram mortos em decorrência do conflito.

Isso inclui 1.200 mortos em 7 de outubro e 446 soldados mortos em Gaza ou ao longo da fronteira com Israel desde o início da operação terrestre em outubro de 2023. Destes, 37 soldados foram mortos e 197 feridos desde o recrudescimento das hostilidades em março.

Estima-se que 50 israelenses e estrangeiros permaneçam reféns em Gaza, incluindo 28 reféns que foram declarados mortos e cujos corpos estão sendo retidos.

Desde 18 de março deste ano, as Forças Armadas israelenses emitiram 54 ordens de deslocamento, abrangendo cerca de 81% da Faixa de Gaza.

O PMA (Programa Mundial de Alimentos) da ONU afirmou que isso significou que mais de 700 mil pessoas foram forçadas a se deslocar durante esse período.

Em 9 de julho, 86% da Faixa de Gaza estava dentro de zonas militarizadas israelenses ou sob ordens de deslocamento. Muitas pessoas buscaram refúgio em locais de deslocamento superlotados, abrigos improvisados, prédios e ruas danificados.

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