O Brasil precisa adotar uma estratégia mais política em suas negociações com os Estados Unidos, especialmente no que diz respeito às questões comerciais e tarifárias, segundo Feliciano de Sá Guimarães, professor de Relações Internacionais da USP. Para o especialista, estabelecer canais de comunicação com diferentes setores políticos americanos é um fator importante.
De acordo com Feliciano, existe uma lacuna significativa na atual estratégia brasileira: a falta de diálogo com a ala mais conservadora do Partido Republicano. Esta ausência de comunicação tem resultado em um fluxo de informações limitado e potencialmente prejudicial para os interesses brasileiros no cenário internacional.
“Uma tarifa de 50% já inviabiliza o comércio. É praticamente um embargo econômico, que pode ser fatal para os setores brasileiros que dependem muito das exportações para os Estados Unidos“, explica.
Necessidade de diversificação nas negociações
Guimarães enfatiza que a diplomacia tradicional enfrenta limitações devido ao alto grau de politização nas relações bilaterais. Por isso, sugere que o Brasil utilize outros instrumentos de poder e amplie seus canais de negociação, incluindo o envolvimento de políticos conservadores brasileiros que poderiam contribuir para o diálogo.
Uma missão de senadores brasileiros aos Estados Unidos é citada como exemplo dessa abordagem mais ampla. O especialista ressalta que é fundamental compreender que certas negociações exigem uma linguagem mais política do que técnica para serem bem-sucedidas.
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