“Sem democracia, o que prevalece é a lei do mais forte”, diz Gleisi

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou neste domingo (20), em sua conta na rede social X (antigo Twitter), que “sem democracia, o que prevalece é a lei do mais forte”.

“A democracia está sendo atacada pela extrema-direita em muitos países. Eles sabem que sem democracia o que prevalece é a lei do mais forte, a desigualdade e a injustiça”, escreveu a ministra.

Gleisi se pronunciou no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca para no Chile para participar de uma reunião multilateral sobre a defesa da democracia.

A declaração ocorre em um momento de acirramento nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, após a Casa Branca anunciar tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e revogar os vistos de oito ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O governo brasileiro avalia as medidas como retaliações políticas ligadas ao ambiente interno do país e seus desdobramentos judiciais envolvendo o bolsonarismo.

Na publicação, Gleisi enfatizou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados atuam em conjunto com agentes do governo dos Estados Unidos para enfraquecer a democracia brasileira.

“Conhecemos de perto os ataques feitos aqui no Brasil, por Jair Bolsonaro e seu entorno, e agora as chantagens e sanções agressivas do governo dos EUA contra nossa democracia, a partir de uma conspiração dos bolsonaristas com os agentes do presidente norte-americano“, disse.

Além disso, Gleisi destacou que a reunião em Santiago — que contará com os presidentes do Chile, Espanha, Colômbia e Uruguai — tem como objetivo justamente discutir estratégias de fortalecimento institucional.

A ministra também defendeu a regulamentação das plataformas digitais como parte do esforço internacional para conter a desinformação e os discursos de ódio.

“Queremos mais democracia, inclusive nas relações entre os países, para fortalecer o multilateralismo e o diálogo pela paz”, declarou.

Para Gleisi, temas como enfrentamento às desigualdades e crimes virtuais também estarão em pauta na reunião convocada pelo presidente do Chile, Gabriel Boric. “Estes são os pontos principais do debate no Chile.”

“Queremos democracia sempre, para todos e todas”, finalizou.

Lula no Chile

O presidente Lula embarca rumo a Santiago, no Chile, na tarde deste domingo. No país, participará, na segunda-feira (21), de reunião de alto nível sobre defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno.

O evento em território chileno consistirá em uma reunião reservada entre os presidentes, seguida de almoço e de encontro com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de centros de reflexão.

As discussões estarão organizadas em torno de três eixos centrais:

  • defesa da democracia e do multilateralismo;
  • combate às desigualdades; e tecnologias digitais;
  • e o enfrentamento à desinformação.

“Trata-se de oportunidade para dar seguimento à primeira reunião de alto nível ‘Em defesa da Democracia: lutando contra o extremismo’, realizada em 24 de setembro de 2024, à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e convocada pelos Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Pedro Sánchez”, informou o Itamaraty em nota.

Como próximo marco, está prevista a realização da segunda edição da reunião da iniciativa, no contexto da 80ª Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Em fevereiro, Lula, Sánchez, Petro, Boric e Orsi fizeram uma reunião virtual para abordar, segundo o primeiro-ministro espanhol, os “perigos” da “desinformação e campanhas de interferência estrangeiras” sobre as democracias.

Na ocasião, Sánchez afirmou que os cinco países iriam trabalhar conjuntamente para garantir que as redes sociais estivessem “livres de bots e de ódio”.

Segundo a presidência chilena, o encontro também abordou ações conjuntas para fortalecer a democracia, o multilateralismo e a governança global diante da polarização política, do aprofundamento da desigualdade e da proliferação da desinformação.

*Publicado por João Scavacin, da CNN


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