Um dos partidos ultraortodoxos de Israel, o Judaísmo Unido da Torá (UTJ, na sigla em inglês disse em um comunicado nesta segunda-feira (14) que renunciou ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A saída acontece devido a uma disputa em um projeto de lei para isentar alunos do serviço militar.
O projeto de lei de recrutamento militar obrigatório gerou um impasse na coalizão de Netanyahu.
Recrutamento militar
Os ultraortodoxos estão há muito tempo isentos do serviço militar, que se aplica à maioria dos jovens israelenses. Porém, no ano passado a Suprema Corte ordenou que o Ministério da Defesa acabasse com essa prática e começasse a recrutar estudantes de seminários.
Líderes religiosos ortodoxos acreditam que o serviço militar obrigatório ameaça a dedicação e tempo integral dos jovens aos estudos.
Enquanto alguns partidos buscam isenções para estudantes de seminários ultraortodoxos do serviço militar obrigatório, outros legisladores querem eliminá-las completamente.
Parlamento israelense
Seis dos sete membros restantes do UTJ, composto pelas facções Degel Hatorah e Agudat Yisrael, escreveram cartas de renúncia. Yitzhak Goldknopf, presidente do UTJ, havia renunciado há um mês.
Com isso, Netanyahu ficaria com uma maioria mínima de 61 cadeiras no Knesset, ou parlamento, de 120 cadeiras.
O premiê israelense vinha se esforçando para resolver o impasse em sua coalizão por meio de um novo projeto de lei de recrutamento militar, o que levou à crise atual.
A isenção, em vigor há décadas e que ao longo dos anos poupou um número cada vez maior de pessoas, se tornou um assunto acalorado em Israel, com os militares envolvidos na guerra em Gaza.