A guerra em Gaza ultrapassou 600 dias em meio à negociações para um cessar-fogo, enquanto os dois lados se culpam mutuamente pelo impasse nas negociações.
O Hamas atribui a falta de progresso às novas condições impostas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enquanto uma fonte política israelense afirma que o grupo palestino rejeitou uma proposta de mediadores do Catar e está bloqueando o acordo.
As negociações para um cessar-fogo em Gaza “estagnaram”, disse um alto funcionário do Hamas à CNN neste sábado (12).
A autoridade culpou o primeiro-ministro Netanyahu por “adicionar novas condições a cada vez, a mais recente sendo novos mapas de implantação para a presença de forças israelenses em Gaza”.
Outro funcionário do Hamas disse à CNN em um comunicado que a posição de Israel “é o verdadeiro obstáculo” às negociações, acrescentando que o grupo não insiste na retirada total das tropas israelenses, o que tem sido uma exigência fundamental durante grande parte do conflito.
Recentemente, um alto funcionário israelense disse que um cessar-fogo poderia ser alcançado em poucos dias, mas Netanyahu sinalizou claramente sua intenção de retomar a guerra após um cessar-fogo de 60 dias se o Hamas não se render.
O alto funcionário do Hamas acusou Netanyahu de não levar as negociações a sério. “O tom positivo que Netanyahu expressou durante sua visita aos Estados Unidos foi meramente para consumo político e midiático”, acrescentou.
Uma fonte egípcia com conhecimento direto das negociações também culpou Israel pela falta de progresso. Os delegados israelenses estão acrescentando mais exigências, disse a fonte à CNN em particular no sábado.
Enquanto isso, um grupo que representa as famílias dos reféns israelenses pediu ao premiê israelense que chegasse a um acordo.
“Cada dia que a guerra continua é uma conquista para o Hamas e um grave risco para nossos reféns e soldados”, disse o Fórum de Familiares de Reféns e Pessoas Desaparecidas em um comunicado.